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Dia Mundial da Saúde Digestiva: especialista alerta sobre o câncer de estômago


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Data celebrada em 29 de maio chama atenção para os sintomas de doenças gastrointestinais

Ao longo da vida, diversos problemas podem afetar o trato gastrointestinal. Um deles é o câncer gástrico ou câncer de estômago. Esse tipo de neoplasia é o terceiro que mais afeta os homens e o quinto mais comum entre as mulheres na faixa dos 60 aos 70 anos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A doença não tem sintomas específicos, e na maioria das vezes é assintomática nos estágios iniciais. Contudo, o câncer de estomago pode apresentar alguns sinais. Dentre eles: falta de apetite, perda de peso, dor abdominal, desconforto abdominal, azia ou indigestão, náuseas, inchaço no abdome e anemia. De 10% a 15% dos casos, apresentam vômito com sangue.

De acordo com a oncologista do Hospital do Câncer Anchieta, Dra. Janice Farias, apesar da comum ausência de sintomas, alguns perfis devem estar atentos para o surgimento da doença. “Etilismo, obesidade, tabagismo, lesões gástricas pré-câncer como metaplasia intestinal e gastrite atrófica, infecção não tratada pela bactéria helicobacter pylori,  exposição ocupacional a agrotóxicos e a compostos químicos como benzeno e compostos de zinco, dieta pobre em vegetais e rica em sal e produtos defumados e herança genética, são alguns dos fatores de risco desse tipo de neoplasia”, explica a especialista. A oncologista ressalta que é necessário estudar a herança genética quando esse tipo de câncer acomete pessoas com menos de 40 anos.

Dados

O Inca estima o surgimento de 21.230 novos casos de câncer gástrico no Brasil em 2020. Desses, 13.360 entre homens e 7.870 em mulheres. Em 2015, das 14.314 pessoas mortas por esse tipo de neoplasia, mais de 9 mil eram homens.

De acordo com a oncologista alguns fatores podem justificar a prevalência da doença entre os homens. “É possível que o estrógeno, hormônio feminino, tenha um efeito protetor contra o câncer gástrico; depois da menopausa, a incidência de câncer gástrico pode aumentar entre as mulheres, mas com um atraso de 10 a 15 anos, em relação aos homens”, explica.

A diferença de hábitos entre os sexos também pode ter influencia sobre o número. “A diferença na dieta, hábitos do tagabagismo e etilismo, além da exposição ocupacional também podem contribuir para essa menor incidência entre as mulheres”, acrescenta.

Diagnóstico

De acordo com o médico radiologista do Anchieta Diagnósticos, Dr. Fernando Augusto de Albuquerque Mendes Filho, a endoscopia é o principal exame para o diagnóstico desse tipo de neoplasia. “O exame deve ser realizado por médico habilitado, com um aparelho que possui uma câmera em sua extremidade, possibilitando a análise anatômica e coleta de amostra para análise patolóliga e diagnóstico preciso”, explica.

Após o diagnóstico, podem ser feitos outros exames que verificam se a doença atingiu outros órgãos, ou se a terapia foi efetiva. Entre os mais comuns são a tomografia computadorizada, exame rápido, que utiliza feixe de raios-x para aquisição de imagens de diversas partes do corpo, dependendo da região de interesse; ressonância magnética, que diferentemente da tomografia, não utiliza radiação ionizante e possui excelente capacidade diagnóstica para diversas regiões do corpo, porém é um exame um pouco mais demorado e possui limitação em pacientes fóbicos.

O exame PET- CT também pode ser sugerido para a avaliação de extensão da doença e acompanhar a evolução do tratamento. “O exame une a tomografia computadorizada com uma imagem funcional de medicina nuclear, possibilitando a avaliação anatômica e funcional do corpo, detectando áreas metabolicamente hiperativas, como normalmente em lesões tumorais”, explica o médico.

Tratamento

O tratamento pode variar de acordo com o quadro da doença. Em situações em que o tumor está restrito ao estômago, a cirurgia é o tratamento mais indicado. Em casos mais severos pode haver a retirada de todo o estômago ou de parte dele. O tratamento é complementado com quimioterapia e radioterapia para aumentar  as chances de cura e reduzir a possibilidade de reincidência da doença.

Quando o tumor é inoperável ou já atingiu outros órgãos pode ser feito um tratamento paliativo para amenizar os sintomas, aumentar o tempo de vida e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. A escolha do tratamento pode variar de acordo com o quadro de saúde de cada paciente.

Assessoria

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